CONCURSO
Jardim Anhanguera, Limeira-SP
EQUIPE Arquitetura Juliana Sicuro e Vitor Garcez (Oco) + Celio Diniz e Raissa Rocha (Base Sete) Colaboração André Porto, Daniel Sousa e Marina Pedretti. Paisagismo Cecilia Herzog, Lucas Araújo, Amanda Saboya e Jorge Pires Estrutura Rodrigo Affonso
SESC Limeira
2016 — 2017Jardim Anhanguera, Limeira-SP
EQUIPE Arquitetura Juliana Sicuro e Vitor Garcez (Oco) + Celio Diniz e Raissa Rocha (Base Sete) Colaboração André Porto, Daniel Sousa e Marina Pedretti. Paisagismo Cecilia Herzog, Lucas Araújo, Amanda Saboya e Jorge Pires Estrutura Rodrigo Affonso

SESC PARQUE CULTURAL
A
entidade Sesc vem ao longo de décadas exercendo um papel de extrema relevância
para o desenvolvimento social das comunidades onde atua, por meio das unidades
instaladas em diversas cidades brasileiras e de ações que ultrapassam os
limites físicos dessas edificações. As ações institucionais e os espaços que
abrigam as unidades Sesc oferecem para um conjunto amplo e diverso de grupos
sociais a oportunidade de inserir cultura e lazer no seu cotidiano apostando na
educação por meio da sociabilidade, da criatividade e da liberdade.
Em consonância com a missão institucional da entidade, e tendo em vista a importância do espaço físico traduzir as diretrizes institucionais – uma vez que ele fará a mediação entre a entidade e seu público – entendemos a nova unidade do Sesc Limeira como um parque cultural, um espaço capaz de unir a dimensão ambiental e ecológica do parque com a dimensão humana da cultura; de fazer convergir a experiência do lazer e o contato com o ambiente externo com a experiência da sociabilidade, responsável pela construção de vínculos sociais que dão sentido aos espaços, tornando-os lugares.
DOIS EIXOS
O
projeto de arquitetura aqui proposto para o Sesc Limeira busca reforçar a
integração entre ambiente natural e construído e entre cidade e localidade.
Para isso tem como partido de implantação a criação de dois eixos principais
que organizam a ocupação do terreno.
O
primeiro eixo cruza o terreno no sentido transversal e configura um espaço semipúblico
entre dois acessos de pedestre, sendo o primeiro deles o acesso principal junto
a chegada de transporte público na Via Luís Varga e o segundo na rua João
Ciarrochi. Esse atravessamento faz a conexão entre a escala urbana e a escala
de vizinhança - tirando partido do caminho existente que deflagra um fluxo
recorrente de pedestres entre o ponto de ônibus e o bairro residencial - e
busca reforçar o princípio de democratização do lazer e da cultura fundamentais
para a instituição, convidando o pedestre a participar do complexo.
O mesmo eixo vence o desnível de 10 metros de forma direta por meio de uma sucessão de escadas-rampas externas que integram a área verde e estabelecem uma cota intermediária para o acesso universal à edificação de um lado e acesso ao parque ecológico proposto para a APP do outro. O acesso à edificação se dá através do núcleo cultural que, entendido como porta de entrada do conjunto por seu caráter público, contempla a função de atendimento e direcionamento dos visitantes para as diversas atividades. O acesso ao parque se dá através de um centro de informação (junto às Instalações Interativas) e contempla apenas ações científicas e educacionais.
O
segundo eixo se dá no sentido longitudinal na cota +557 e configura uma rua
interna que articula os núcleos programáticos e configura um espaço destinado à
convivência. Nesse espaço os usos se revelam em uma arquitetura transparente
que permite conexões visuais entre os níveis e a compreensão das diversas
atividades simultâneas, desvelando a riqueza e a multiplicidade dessa dinâmica
interior.
Esse
espaço de articulação se diferencia dos interiores dos blocos programáticos
pela sua ambiência. Uma cobertura translúcida a 12 metros de altura do piso de
acesso, a presença da vegetação em um pátio descoberto e a continuidade com o
piso externo situam esse espaço no limite entre dentro e fora. No cruzamento
dos eixos, contígua à entrada do núcleo cultural, está localizada a praça livre
de esportes e convivência.








A OCUPAÇÃO EM NÍVEIS
O
programa se desenvolve ao longo do terreno longitudinalmente, em três níveis
principais, correspondentes às cotas +557, +560 e +563,50 aos quais chamamos
nível 1, 2 e 3 respectivamente. O escalonamento do terreno minimiza os
movimentos de terra e faz com que a arquitetura se assente de forma suave no
solo, constituindo uma nova topografia em consonância com a preexistência
geográfica. Essa estratégia faz com que o conjunto construído tenha vários
pontos de contato com o terreno e ruas de acesso e permite também que o
edifício parta de um embasamento único porém se apresente em volumes
fragmentados permeados de áreas externas que contribuem para o conforto térmico
e qualidade ambiental dos espaços. Esse embasamento corresponde ao
estacionamento que percorre toda a extensão do complexo de modo a otimizar as
circulações operacionais de carga e descarga, assim como a passagem de
instalações.

CONFORTO AMBIENTAL E QUALIDADE ESPACIAL
Além
de responder às necessidades funcionais, a distribuição dos núcleos
programáticos está intrinsecamente ligada e às questões de conforto ambiental e
ao compromisso de oferecer espaços qualitativos. As piscinas são posicionadas
de modo a ter insolação direta a maior parte do ano. São propostas aberturas
generosas voltadas para sul com intuito de ter luz indireta e a vegetação
presente nos espaços internos de uso coletivo (teatro, biblioteca, convivência,
galpão de exposições). Assim como os sheds para iluminação zenital indireta nas
áreas de refeitório, quadras cobertas, piscinas cobertas e administração. Os
mesmo sheds irão receber placas para aquecimento solar, orientadas à norte,
para aquecimento das piscinas e recolhem águas pluviais para reuso. As
aberturas nas fachadas voltadas a norte e a oeste são propostas como varandas
de modo a recuar o fechamento em vidro e evitar o aquecimento dos espaços
internos.
